domingo, 26 de outubro de 2008

Percepção

Às vezes nosso receio de criar impede ou retarda a nossa verdadeira felicidade.
Quem se expressa vive mais limpo.
Eu não crio idéias, porque elas moram em mim, eu as dôo para quem ainda não teve a capacidade de abrigá-las espontâneamente.
É bom falar poéticamente das flores e de como as folhas caem no outono. Mas também é bom olhar e ter uma percepção sensível e poética das coisas que existem ao nosso redor.
Hoje percebi a graça de um momento tão simples: andar de moto com meu pai; simples, porém finito. Na minha memória será infinito, mas se eu não percebesse a graça que aquele momento transpassava, talvez fosse mais um pedaço da vida que estaria vivendo em vão.
Todos os problemas do mundo possuem como o centro os teus problemas, a tua falta de percepção de momentos raros da vida.
Como é bom se expressar e sentir o corpo leve, e sentir o coração bater mais forte e ver na vida um sentido, deixar para as outras gerações as tuas memórias; deixar a graça da vida que nem sempre fora bela, mas que sempre possuíra momentos significantes, para aqueles que ainda não encontraram na vida uma razão.
Porque a razão da vida está nos olhos que quem quer ver, e está de maneira distinta a cada um de nós.
Posso escrever aqui somente as dores do mundo, mas de que me adiantará dizer isso se em todos os veículos de informação, é isso que você vê?
Então, por mais que eu escreva as dores, também escrevo formas de amenizá-las.
Eu quero causar em você um baque. Quero que você acorde!
Quero que você não olhe pras coisas por olhar, quero que você veja sentido nisso, e quando não houver sentido que possa ser visto, quero que veja a graça, pois até mesmo nas coisas sem sentido há beleza; quero que você seja sensível, quero que você seja feliz, mas que se as coisas que falo não forem as coisas que te façam feliz, quero que você descubra dentro do teu coração o que te causa essa felicidade, porque não sou eu quem dito as regras, na minha humildade, eu apenas lhe dou dicas, e se elas não servirem não me culpe por ter as dado e não se culpe por ter as aceitado, erga as mão pro alto e agradeça porque cada palavra te deu ânimo pra encontrar na vida uma alegria sincera.
E esta aí, a percepção inteligente de quem não conseguiu aceitar as idéias, mas que teve forças para espontâneamente criá-las.

A mudança


Não interessa o que o mundo faz pra acabar com a fome;
Não interessa o que o mundo faz pra diminuir os impactos ambientais;
Interessa o quanto você contribui pra isso.
É o suficiente?
Sim!, nós sabemos falar, mas não agimos certo o suficiente para fazer valer nossas palavras.
Se você acha que está fazendo a sua parte, tudo bem.
Certo dia, meus pais e eu estávamos com muita fome e resolvemos comprar uma marmitex, ao chegar em casa, assim que abrimos a porta meu pai disse:
- Vaamos logo porque estou morrendo de fome!
De certo estávamos a mais ou menos quatro horas sem comer, então respondi:
- Como somos medíocres: reclamos de fome por estar horas sem comer, e aqueles que estão há dias?!
Meu pai concordou comigo e teve um pouco mais de paciência.
Coisas que acontecem em nosso cotidiano, ações impensáveis são as que nos respondem a pergunda se o que fazemos é suficiente. Não adianta colaborar todo mês com instituição de caridade se você não consegue ter a sensibilidade de entender o verdadeiro sentido de uma doação e entender também que nem sempre ela precisa ser com dinheiro.
A mudança que interessa é a que começa dentro de você. Depois a gente conquista o mundo.
A vida é uma metamorfose, mas é você que escolhe o período em que cada coisa vai acontecer.
Cabe a cada um de nós, escolher o caminho, discernir a direção e caminhar.
Um dia um amigo me contou uma histórinha cuja moral era que nós jogássemos a nossa 'vaquinha' no abismo e lutássemos para sair de um comodismo que nos ridiculariza.
O mundo se torna pequeno a partir do momento que você toma coragem para cumprir a missão que lhe cabe.



Sim, ninguém é tão auto- suficiente que possa viver sozinho, entretanto não vive em comunidade aquele que não se adequa aos novos valores da sociedade, e claro aquele que não tem idéias inovadoras ou que não possua um diferencial perante aos outros.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A miséria subliminar

A miséria não está apenas naquilo que podemos ver.
A miséria humana vai além de toda a pobreza e desigualdade. E a maior de todas as misérias são os olhos que fingem estar vendados para os problemas do mundo que também são nossos problemas.
Ninguém é tão auto-suficiente que possa viver sozinho.
O ser-humano tem uma manina boba de achar que tudo é para sempre, e não repara ao seu redor onde o emprego não é para sempre, o carro não é para sempre, nem mesmo os olhares são para sempre, as palavras não são para sempre, mesmo que se repitam, a entonação é diferente.
As pessoas se acomodaram, nós nos acomodamos, e é difícil mostrar que tenho que preservar o meu planeta, é difícil mostrar como eu devo me importar com os problemas do próximo; talvez eu saiba disso, talvez eu entenda, mas não são todos os seres-humanos de quinze anos que entendem e que tentam fazer por onde, afinal, esse descaso veio sim, de nossos pais. E aí também se encontra a miséria, a miséria do tanto faz como tanto fez, mesmo que a expectativa de vida esteja maior do que nos anos passados, algumas pessoas com a miserável idéia de vendar os olhos parecem não estar nem aí pra vida, para não estar nem aí pra si.
Hoje não vejo o mundo de uma maneira radical, existem aqueles que vivem, existem aqueles que querem viver e existem aqueles que lutam pra viver.
A vida é um desafio, a miséria está em toda parte, ela vai além da injustiça, o ponto máximo da miséria é você achar que: os problemas do mundo não te afetam.


Ps: E quando você procura no google pela palavra miséria o que mais se vê são imagens de africanos sub-nutridos, ainda assim você acha que isso não te afeta?
Você pode dizer: 'Não tenho culpa!'
Como também pode também pode se levantar e continuar esta concientização.
Se você acha que o mundo não tem conserto, é porque se perdeu na miserável idéia do: não tenho culpa!